Apple adia sistema que analisará imagens suspeitas de abuso infantil

Alguns especialistas em privacidade criticaram a ferramenta e apontaram que ela poderia ser usada para promover perseguições políticas. Empresa disse que receberá contribuições e levará mais tempo para liberar a solução. AppleREUTERS/David GrayA Apple afirmou nesta sexta-feira (3) que adiará a implementação de uma ferramenta que analisará suspeitas de abuso infantil em imagens enviadas ao serviço de armazenamento na nuvem iCloud.O plano da Apple de incluir um mecanismo de...

Apple adia sistema que analisará imagens suspeitas de abuso infantil
Alguns especialistas em privacidade criticaram a ferramenta e apontaram que ela poderia ser usada para promover perseguições políticas. Empresa disse que receberá contribuições e levará mais tempo para liberar a solução. Apple

REUTERS/David Gray

A Apple afirmou nesta sexta-feira (3) que adiará a implementação de uma ferramenta que analisará suspeitas de abuso infantil em imagens enviadas ao serviço de armazenamento na nuvem iCloud.

O plano da Apple de incluir um mecanismo de verificação é alvo de críticas de ativistas em privacidade, que consideram haver um risco da ferramenta ser usada por governos repressivos para procurar outros materiais para censura ou perseguições políticas.

Segundo a agência Reuters, funcionários da Apple também criticaram o plano internamente.

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A empresa afirmou que o adiamento será usado para receber contribuições de especialistas e aprimorar o recurso. Porém, as mudanças levarão mais tempo para serem concluídas.

"Com base no feedback de consumidores, grupos ativistas, pesquisadores e outros, decidimos levar um tempo a mais nos próximos meses para reunir opiniões e fazer melhorias antes de lançar esses recursos extremamente importantes de segurança infantil", disse a Apple, em comunicado.

O pesquisador de segurança cibernética na Universidade John Hopkins, Matthew Green, foi um dos críticos da proposta da Apple. Ele disse nesta sexta-feira que a decisão da companhia de adiar o recurso é "promissora".

Segundo ele, a Apple deveria ser mais transparente e explicar por que analisará mais arquivos.

"Passar de nenhum escaneamento (exceto anexos de e-mail) para escanear a biblioteca de fotos de todo mundo era um salto enorme. Você precisa justificar esse tipo de escalada", afirmou, em seu perfil no Twitter.

Entenda o recurso anunciado pela Apple

A Apple anunciou em agosto uma ferramenta de detecção de material de abuso sexual infantil (CSAM, na sigla em inglês). Com a solução, a empresa cruzaria imagens armazenadas no iCloud com registros de abusos de menores presentes em bancos de dados de autoridades.

Caso encontrasse imagens suspeitas, a Apple realizaria uma revisão humana e poderia denunciar o usuário para autoridades. A empresa disse que não usaria o sistema para nenhum outro fim, mesmo que solicitado por países.

Apesar da promessa, alguns especialistas em privacidade e segurança apontaram que a solução poderia ser usada para buscar conteúdos genéricos e para governos perseguirem opositores.

O objetivo era lançar a solução até o fim do ano por meio de atualizações de software iPhone, iPad e Mac. A Apple não informou uma nova previsão de quando ele será implementado.

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